quarta-feira, 20 de maio de 2020
A gente vai embora querendo ficar, não é?
Antes de abrir a porta coloquei as
malas no chão, alisei o vestido e fiz um coque no cabelo, respirei fundo e
girei a chave duas vezes para abrir a fechadura, o som da fechadura me
despertou para o mundo real. A respiração ficava cada vez mais difícil, só quem
já segurou o choro sabe do que estou falando. Antes de fechar a porta fico
observando a sala e um misto de sentimentos me invade, fizemos tantas
lembranças nessa sala, nessa cozinha, naquela cama, naquele quarto, tantos
momentos bons. Hoje estou olhando cada pedacinho dessa casa com os olhos embaçados,
com a tristeza pairando no ar. Talvez eu não volte mais, talvez eu volte algum
dia. Sem você viverei de poesia e saudade, eu vou sobreviver, eu preciso
sobreviver e aprender a viver. Espero te amar novamente, espero dormir
novamente ao teu lado, mas hoje não dá mais. O meu adeus é um choro silencioso,
é uma dor sorridente, eu queria muito ficar, mas eu tenho que ir, nós dois
sabemos que é hora de partir. Até um dia ou até nunca mais. Dou um passo para
trás e fecho a porta. O táxi está me esperando, o dia está tão lindo, uma pena
eu estar sofrendo tanto. Eu espero ansiosa para o dia que a dor vai passar,
espero ansiosa para o dia que voltarei a sonhar. A gente vai embora querendo
ficar, não é?! Mas, a gente sabe que tem que ir, no fundo, no fundo a gente ainda
sente que já deveria ter partido faz tempo.
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A Autora

“Nunca irei ser digno do amor dela, porque a esse amor me trato indiferente, é o meu ser que se acolhe e se almeja, querendo um dia ter aquilo que nunca irá lhe pertencer… não me culpo, pois a um boboca o amor foi retribuído e a um nobre foi claramente renegado."
Bia Figueiredo
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